Parte II - Também somos irmãos? | Crítica de Medida Provisória (2022), de Lázaro Ramos

por Lorenna Rocha e Juliano Gomes | Wed May 11 2022 17:50:27 GMT+0000 (Coordinated Universal Time)

Juliano: No começo de Medida Provisória, a personagem da Taís Araújo, Capitu, critica André (Seu Jorge) por ele estar se tornando um “melanizado profissional”, que só fala disso, só se importa com isso. Acho que tem aí uma discussão realmente interessante. Porém, ele responde: “quer que eu fale sobre o quê então?”. Ela diz: “Bolsa de Valores, por exemplo”. De fato, ela é a personagem arquetípica do nosso tempo: a mulher negra “bem sucedida”. Como eles, Taís e Lázaro, significam na “vida real”, o “casal negro do Brasil”. Então, a pressão das redes sociais “pede” isso há anos: personagens negros que sejam exemplos para nossas crianças. A lógica da exemplaridade, da representação e da identificação, de novo.... Por que o André do Seu Jorge é de longe o personagem mais cativante do filme? Porque ele é humano, imperfeito, tem paixões, escorrega. Não é totalmente correto. Aí que tá a ligação conceitual entre o modelo das redes sociais de pensar e o fascismo (e isso afeta a arte): a crença cega na idealização. Vamos materializar o idealizado tirando o desidealizado de nossa frente. O conceito de homem ariano lá do Hitler, ele é o humano sem falhas. “Sem defeitos”, como dizemos hoje. Medida Provisória é um filme que não pode falhar. Obviamente, não estou dizendo que o filme é fascista, muito longe disso, mas entender essa lógica que hoje atravessa nossas vidas é importante, é cidadania. A exemplaridade, a idealização, são táticas limitadas e pouco educativas, afinal. E essa coisa de não poder falhar, isso é muito negro, né? Você sabe bem o que é isso. Porque é o problema da parte pelo todo. Se ele falha, todos falhamos, e isso quer dizer que não temos valor (o que nos dizem há 500 anos…). Por isso que o filme assume tantos compromissos, e esses compromissos pesam. Todo ator negro do Brasil deve ter pensado: pô, podia estar ali também, ter uma pequena aparição e tal. Você imagina o peso no ombro do Lázaro... O Foguinho fez um filme de ficção, pô! Enfim, mas essa coisa do exemplo, da idealização, é um beco sem saída, porque é o pensamento da representatividade, mas temperado com esse heroísmo infantilizado contemporâneo. Você mesmo falou quando conversamos outro dia, do fã e do hater. Acho um bom momento pra abrir isso aqui. Lorenna: Queria destacar isso que você falou sobre a ideia de identificação e idealização. Muitas pessoas chegam dizendo para mim que se sentem culpadas por não terem curtido o filme ou que não se sentem no “lugar de falar” sobre ele, por ser branco, por exemplo. Ou que não podemos “falar mal do filme” para pessoas brancas. É uma armadilha, né? Essa rede de discurso de “temas urgentes” protege o filme da crítica e, ainda, provoca um automatismo no modo de nos relacionarmos com ele. Nós temos que “gostar” do filme porque é de um diretor preto? Ou porque tem um monte de artistas que admiro? Ou porque o filme levantou uma bilheteria inédita, se pensarmos no cinema negro brasileiro? Não é um gesto de recusa absoluto ao filme, mas é preciso apostar no diálogo e fazer um corte no silêncio que se dá quando se tem combinações discursivas, ideológicas e estéticas que parecem mobilizar justamente o contrário do que esse fervor de recepção nos tem oferecido. Parece que não há espaço entre o fã ou o hater do filme, e nem do próprio modo como ele constrói suas apostas políticas, suas respostas ou as formas discursivas que desenha ao próprio movimento negro. Parece não haver meio termo ou meio do caminho, sabe? Por isso que gosto de buscar pistas nas dúvidas que o filme deixa escapar. O gesto de recusa ao retorno à África é uma coisa que põe uma pulga atrás da orelha. A equivalência entre mortes de brancos e pretos também. Só que parece um labirinto, porque isso está diretamente atrelado a uma defesa de antirracismo que o filme “deveria cumprir”. Uma agenda política que o filme “deveria ter”. Uma postura específica a se cumprir, como uma espécie de checklist da representatividade. Que, inclusive, o filme compra (ou carrega) para si o tempo todo, né? Juliano: Então, acho que a lógica oculta que desestimularia o debate é a seguinte, e é baseada na projeção imaginada de uma escassez: “pera um pouco, nós estamos começando, esse é o primeiro sucesso comercial dos nossos, um dia teremos filmes de todos os tipos dirigidos por pessoas negras, e aí, nesse dia, vai ser mais tranquilo dizer publicamente que os filmes não são todos “sem defeitos”, “não erram nunca”- pra usar expressões de hoje. Esse é um assunto super longo, que tem a ver com hábito, que tem a ver com nossa formação deficitária, que desaguam eventualmente num anti-intelectualismo (é só reparar o que acontece com os artistas negros que não quiseram seguir cartilhas ou com os intelectuais negros que não querem obedecer as doces receitas: se ferram. E, convenhamos: provavelmente são a maioria). Nós temos medo de sermos expostos em nossa vulnerabilidade publicamente, criamos uma fobia disso, porque o racismo tá sempre dizendo que não somos gente, e fantasiamos este “desmascaramento público”. Portanto, afirmar que nossas obras não são perfeitas é como que reiterar a base do racismo, porque nós aprendemos a andar nessa ladeira, que sempre pesa para esta direção. Assim, qualquer sacolejo parece ladeira abaixo. Mas não é. Li que o orçamento do filme é de sete milhões de reais. É um filme do tamanho do Vazante (Daniela Thomas, 2017), em termos de produção. O Lázaro acabou de assinar como showrunner na Amazon. Quero dizer: a carreira dele não vai acabar amanhã. Não é Waldir Onofre, não é Adélia Sampaio. O que quero dizer é que mesmo que esse texto nosso aqui saísse na Cahiers du Cinema ou na Variety, o destino desse artista nunca seria ladeira abaixo. Há uma rede de proteção. Então, a fobia não se justifica nesse caso. Se ainda houvesse jornais, se tivéssemos cadernos culturais, se houvesse debate público, deveríamos falar deste filme o ano todo. Sob todos os aspectos. E certamente vai virar outro produto, né? Série, sequência… Na verdade, é normal que o Medida seja como resultou, e isso é resultado de uma série de fatores. É um filme que quer compor com tudo, não se decide, não diz não a nada, não aceita o risco de ter um contorno próprio, de fazer uma opção, por isso ele muda toda hora. Isso é muito racial, esse “medo de ser”. E isso me interessa. Como certos traços coletivos podem ser encontrados mesmo em um produto como esse. De fato, ele é um legítimo Globo Filmes, porém, é um autêntico filme dirigido por um cineasta negro iniciante, em nosso tempo histórico. Ele se parece com Um Dia com Jerusa (Viviane Ferreira, 2019), com M8 - Quando a Morte Socorre a Vida (Jefferson De, 2020), com Chico (Irmãos Carvalho, 2017), com Sem Asas (Renata Martins, 2019). E muitos outros. E isso é fascinante. São os ambientes que produzem os filmes, tanto ou mais do que seus autores. O mundo não é maior que o cinema - como diz o slogan - o mundo faz o cinema, pô, o mundo dirige os filmes, por isso eles importam tanto. Medida Provisória é o Corra (Jordan Peele, 2017) subdesenvolvido. Ele é o protagonista do Corra, sem desvendar que ele está preso na mansão. Ele é o Corra enquanto acredita na namorada, sem perceber que tem que “sair fora” (get out, como é o título original). Medida provisória é um pouco um Get in (poderia se chamar Cai dentro). Como todo esse ambiente que estamos retratando aqui, que faz o filme também, essa coisa de “incluir”. Get incluso no capitalismo contemporâneo, get in na Amazon, get in na Bolsa de Valores, get in no vocabulário do antirracismo liberal made in USA. Tomara que depois, o Lázaro faça o seu Us (Jordan Peele, 2019) e fique com vontade de explodir realmente alguma coisa, porque ele tem bala pra isso hoje. Meter o louco, sabe? O problema é que artista preto que mete o louco morre na miséria e vira gênio póstumo (Lima Barreto, Itamar Assumção…). Tu consegue ver paralelos nesses filmes que citei, ou em outros? Lorenna: Essa escala de progressão em que os filmes são enquadrados, que nos restringe o risco e o erro como você falou, é um tipo de métrica muito contemporânea, né? A gente ama falar de “tempo espiralar”, mas a real é que essa espera de um “tempo favorável” para lidar frontalmente com os filmes é totalmente cartesiana, anti-espiral. Acho que o Medida Provisória é uma resposta ao seu tempo histórico, às demandas políticas raciais e ao próprio modo de fazer cinema hoje. Consigo aproximá-lo a muitos outros, e dou destaque a sua menção ao M-8 (Jefferson De, 2018). Os dois tiveram orçamentos razoáveis, partem de questões sócio-raciais que expressam sobre a vida negra no Brasil e são filmes que cumprem agenda política a partir do uso de símbolos pretos, dentro de uma vontade de “ensinar sobre raça e racismo no Brasil”. Acho que o filme do Jefferson De acaba sendo até um pouco mais arriscado, por entrar num limbo entre vida e morte, a partir da ficcionalização da relação do personagem principal com os corpos negros que tem que encarar dentro da Faculdade de Medicina. Cria alguma espécie de Get Out ali, onde o fator do medo e da violência é, em certa medida, trabalhado. Só que nessa de não ir até o fim com suas ideias, por essa vontade por representatividade e de dar o tom político da forma mais desenhada, legível e compreensível possível, de modo a se assemelhar com as práticas políticas do lado de fora da tela, o que vemos em M-8 é uma série de bordões ou de palavras de ordem da militância que, menos do que força política, aparecem como acessórios ou aparatos para fazer ver “o que o filme quer mostrar”. Acho que o Medida cai na mesma jogada. Por investir bastante nesse tipo de discurso, ele consegue ficar ainda mais na ordem do figurativo, quero dizer, vira até “piada”, porque perde sua função política, parece estar ali só para uma identificação rápida, essa coisa de feed do Twitter, né? Do tipo: “catei essa aqui, qual a próxima?”. Enquanto tava escrevendo aqui, lembrei até daquele texto de Felipe André Silva e Gabriel Moraes, sobre o Para Onde Voam as Feiticeiras (Beto Amaral, Carla Caffé e Eliane Caffé, 2020)... Esse negócio de “passar a mensagem pra frente”, o tanto de autoconsciência que os filmes trazem… Juliano: Acho que o Medida levou essa fórmula a um novo patamar. Como disse antes, o filme já é a recepção dele próprio, ele é o feed, o feed é a obra, ele tem esse modo de estimulação. De certa maneira, isso está espalhado hoje. Os roteiristas do BBB fazem isso, uma espécie de design prévio de reação das redes, sabe? Você estrutura o trabalho já prevendo a reação e os “engajamentos”. Lembro da série sobre a Nara Leão, que roteirizou uma treta com Chico Buarque e feminismo, que era totalmente artificial, mas que tinha isso: “quer saber dessa treta, assine a Globoplay…” O Medida vai mais longe porque ele parece não priorizar sua face material, suas cenas, seus tempos e sua estrutura, as questões são abandonadas, é difícil achar quem se emocionou com o filme sem que seja pelo “posts” que tem dentro dele ou pelo que ele promete fazer. O M-8 acho que tem camadas, tem não ditos. É também um filme que quer combinar um antirracismo manso com integração, porém tem sugestões ali que acho consistentes, tem cenas mesmo. O protagonista que o Juan Paiva faz, quando ele entra em espaços brancos, acontecem coisas. No M-8, quando a vilã branca entra, ela não joga um berimbau no chão como no Medida, sabe? O Medida Provisória tem muita dificuldade de dosar isso, de dar a medida dos signos, tanto que a planificação me parece muitas vezes aleatória. Me chamou atenção quando o casal principal se aproxima - e tá tocando Elza Soares - e eles são filmados em super close, só que a montagem de TV, rapidinha, que tem medo do tempo, mata toda dinâmica, então fica aleatório, super close em câmera na mão. Isso rola várias vezes. É difícil operar mudanças de registro. O filme muda, mas sem consolidar os tons, então vai tudo ficando solto. Seria interessante que ele fosse ou mais solto, um teatro de revista mesmo, De Chocolat, ou mais coeso, um drama mesmo, como algumas séries anglo saxãs realmente “adultas”. Imaginei essa visão do filme terminando como um teatro de revista, todo mundo dançando, alinhado, olhando pra câmera, pretos e brancos, sabe? Seria interessante. Tem uma coisa aí nesse caldeirão, um personagem importante, que é o Emicida. O AmarElo - É Tudo Pra Ontem (Fred Ouro Preto, 2020) é o grande par do Medida Provisória. Eles são a ponta de lança dessa produção a la “pretos no topo” - “carinho no coração”. Ele é o ideólogo, o sábio do filme. Isso é uma pista importante. Ele pega uma arma de fogo da mão do cara e dá um livro. O boy é ensinamento 24/7. Tem uma crença muito grande na lição, na autoajuda, nesta forma de relação, essa crença da positividade, que é uma crença da representação e na exemplaridade. Porém, a gente sabe que isso fica a serviço da norma. Como fica bem claro no tratamento do filme ao aborto: tem um familismo latente naquela cena do “filho nos dá propósito”, com a Dona Diva, infelizmente interpretando uma “sábia ancestral” - ela podia oferecer muito mais ao filme se ele suportasse algo realmente “exterior”, algo que pedisse outro tempo, como foi a intervenção dela na FLIP 2017. É triste dizer, mas pensei na Damares quando ouvi isso do aborto... Mas o que é importante aqui é essa crença na norma, no normal, nessa medida média… Que você acha? Lorenna: O filme fala de desobediência civil no final, mas é totalmente ordeiro em sua forma e conteúdo. Essa sequência da ida da Capitu (Taís Araújo) até aquele depósito de remédio e essa conversa com a Dona Diva quer emitir certa ideia de continuidade, né? De comunidade, de laços ancestrais. Mas, se a gente pega essa hipótese de que o filme é quase como uma resposta à história recente do país, é bem complicado você colocar um diálogo desse sem maiores contornos… Me bateu meio errado quando vi, ainda que imagine que não seja um discurso de movimento “pró-vida”... Talvez esteja flertando mais com significações atreladas aos “modos de vida negros”. Que beira o essencialismo, do jeito que está desenhado. Curiosas essas ideias de salvamento e redenção que o Medida investe, né? Lembrei da Capitu salvando a filha albina com a mãe negra… A sequência final é transmitida como uma cena de sobrevivência… Mesmo querendo significar em todos seus momentos, tudo é tão solto, tão desmaterializado, que realmente não há relação entre as coisas. O filme poderia ser puro desprendimento se assumisse tal lugar. Adoraria ver isso. Mas é o oposto. Acho até que ele se leva a sério demais e não consegue relaxar, por todas as pressões que já mencionamos aqui antes. E quando tem seu gesto mais forte, que é o da montagem paralela, nos passa aos sentidos quase como um grito. É uma relação forte. Durante a sessão que vi aqui em Recife, chamei mentalmente essa sequência de “somos todos irmãos” (rs). Vou explicar: lembrei do título do filme do José Carlos Burle, vi aquela cena integracionista e pensei no filme dos anos 1940. A medida de reparação tá toda aqui, né, no presente. Esse filme do Burle tá dizendo o oposto dessa montagem: a integração é impossível no Brasil. Falei sobre a ideia de progressão temporal em algum momento nessa conversa e, vejam só: os filmes não estão “curados” de problemas porque são contemporâneos. É rico olhar para o Aguinaldo Camargo e Grande Otelo para pensar no Brasil de hoje… Porque essa estética limpa, publicitária, tá criando uma homogeneização nos debates e na forma como os filmes se apresentam ao seu público, subestimando essa relação que se dá quando encontramos a imagem e o som. Educando os modos de sensibilização, no final das contas. Todo esse investimento em uma “pureza” discursiva e imagética, bastante diferente do Também Somos Irmãos (1949), envelopa, na verdade, um discurso ideológico perigoso no caso de Medida. O que você acha? Juliano: Sinto que o problema é não ser perigoso o suficiente. O Medida quer tudo menos ser perigoso, porque ele tem que maximizar a arrecadação, então, ele resulta como um filme que desejava ser controlado, ele não quer riscos, ele quer “ricos”: que os pretos fiquem ricos, e que os brancos ricos se tornem aliados - o que não está equivocado, mas toda essa movimentação só pensa nisso. Que tem a ver com obter resultados sem ter processo. O filme é muito frágil em criar gradações dramáticas. Mete a mão na cara do governante e a polícia não faz nada, o personagem vivido pelo autor da peça, Aldri Anunciação, perde o namorado com um tiro e logo depois fica de boa. A namorada do André (Seu Jorge) também, tá lá, bem ok, depois que seu boy foi brutalmente assassinado na sua frente. O filme tem dificuldade em filmar processos, porque ele tem muita pressa, o tempo todo, muitos compromissos. É meio “sem tempo pra cinema, irmão”, que é um ambiente cognitivo dos streamings, da velocidade 2x e tal. A gente acelera os fluxos pra catar só informação. O problema aqui me parece análogo. O que é mais perigoso hoje é correr o risco de não “prender a atenção”, por isso picota na montagem e sobe música pra esfregar na nossa cara o sentido da cena. A medida provisória é, de certa forma, uma ferramenta governamental autoritária, certo? Sinto que o filme também age desta maneira com os sentidos, ele dita tudo via decretos, sabe? Lorenna: Isso tem a ver com autoconsciência, né? Ele sabe e deseja controlar o que quer significar. Medida é um filme que incontornavelmente está marcando a história do cinema brasileiro e a relação da audiência com as salas de cinema do país. Mas me parece pouco para o próprio filme, e para pensarmos em formação de espectadores, de pensamento crítico e do próprio fazer cinematográfico “negro”. Aceitamos não fazer perguntas para ele, considerando sua métrica tão ensaiada e envelopada? Isso não me parece pedagógico. Pelo contrário, é anti-pedagógico. Se a defesa incansável do filme é devido a sua “potência” em estimular debates sobre racialidade no contexto brasileiro, num momento em que as imagens tomam contam das nossas vidas, não seria esse o momento de não praticarmos o silêncio? Indo atrás de um exercício de sensibilidades, motivando uma plateia tão solta e questionadora quanto os filmes podem ser? Esse fluxo de informação é para quê, no final das contas? Acho que o filme, mesmo sendo “negro”, não está sendo endereçado a esse público. Não, ao menos, em seu discurso. Nos signos, talvez sim. Mas a que (ou a quem) interessa esse acúmulo de referências esvaziadas?

Leia outros textos